quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Retranca, não há torcedor que segure as vaias.

por Andres Viriato (*)
Nada que irrite mais o torcedor do que ver seu time na retranca, e o pior: quando precisa de resultados para se mexer nas tabelas. Teoricamente, técnico retranqueiro é aquele que se satisfaz com o empate ou mesmo com a derrota por pouco, e aí condena a platéia a privar-se da razão de ser do espetáculo: o gol.

O time de Brasília vem jogando assim, desde que assumiu a primeira divisão. No início, fez como o Bahia desde que foi rebaixado para a Segundona: contratou um monte de gente imprestável, sem qualificação, a maioria sem conhecer nada de bola, dando o maior prejuízo ao clube e à sua torcida, e continuou caindo, caindo...

Com um técnico retranqueiro, o time de Brasília não proporciona nenhuma alegria a seu torcedor, salvo àqueles sem salário e sem renda, que conseguem passar pela catraca abonados pelo "Sua Nota Vale um Show" da demagogia planaltina. E nada faz de concreto para tirar o time do atoleiro administrativo e institucional no qual se encontra. Nenhuma mudança significativa, nenhum grande projeto, nenhuma reforma, nenhuma decisão de impacto, mudanças constantes de escalação, e o time segue, retrancado, amargurando derrotas causadas pelos chamados "gols bestas" e gols contra...

E como todo técnico retranqueiro, o de Brasília não foge à regra: a culpada é a imprensa, que distorce informações e joga a torcida contra o técnico. Se é de dar pena ver o Bahia, que tem força para levar 110 mil pessoas à loucura em uma só tarde, cair pelas tabelas, imagine um time com 150 milhões de vozes assistir a um espetáculo xoxo, repletos de impedimentos e gols contra. Não há torcida que aguente: vaia no técnico!
(*) Andres Viriato é jornalista.

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