sexta-feira, 6 de julho de 2007

Seis meses de governo, e a Bahia espera mudanças

(*) em 04/07/2007, por Andres Viriato,

Os seis primeiros meses do governo do PT na Bahia não atendem em nada a expectativa que se criou a partir de primeiro de janeiro passado, quando o então governador Jaques Wagner, assumindo o Palácio de Ondina, sepultava 16 anos de uma oligarquia simbioticamente comensalista.

Se na natureza seis meses pode ser tempo de geração precoce, na administração pública é suficiente para se dizer a que veio, se não com projetos - um que seja - de impacto, mas com iniciativas que revelem que mudanças estão a caminho.

Mas nada! Na educação, apenas a promessa (a tempo perdido?) de eleição direta para diretores de escola, mas aplicando, de imediato, a velha jogada de nomear por indicação política. Muitas escolas continuam sem carteira, computadores inativos, e há aquelas que ainda trabalham com velhos mimeógrafos movidos a álcool. Batemos recorde em analfabetismo, evasão escolar e ano repetido, mas nada no sentido de mudar esse quadro foi até agora anunciado.

Na saúde, tenta-se ainda sair da crise gerada pela suspensão do contrato com a Cooperativa dos Médicos, o que já causou, inclusive, falta de atendimento em muitos plantões, tanto nos dois maiores hospitais públicos de Salvador quanto no Clériston Andrade, referência no interior e que atende a mais de 100 municípios. A falta de macas, de medicamentos e a aglomeração de pacientes nos corredores permanecem, conservando o mesmo quadro tanto verificado nos governos do PFL.

Terceiro setor básico, a segurança vai despencando em números negativos, tanto na área de assaltos a ônibus (alta de cerca de 25 por cento, nesses primeiros seis meses) quanto de crimes contra a pessoa e o patrimônio em geral. Assim como na saúde e na educação, não há um plano, mesmo que emergencial, para mudar o quadro da segurança no Estado. Ontem (3), médicos de um posto do bairro de São Marcos resolveram paralisar por 24 horas, em protesto contra a violência diária e as ameaças de morte por que vêm passando no exercício da profissão.

Enfim, não bastasse a administração, a área política não dá sinais de inteligência e disposição de "fechar" com o governo nos momentos oportunos. Até por falta de quorum, propiciada pela situação, o governo já experimentou desconfortos na área do Legislativo.

Para completar o quadro, a área de comunicação do governo não responde nem corresponde à altura, com competência e profissionalismo, para trabalhar a imagem do governo ao qual pertence. O site da Agecom - Asses. Geral de Comunicação Social/Ba, tem sido um exemplo aberrante disso.

Enfim, para o bem da Bahia, e dos baianos, mudanças são necessárias, sob pena de termos uma repetição do desastre, político e administrativo, que foi o governo Waldir Pires.

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