sábado, 28 de julho de 2007

O Futuro do Carlismo

Opinião de Lauro Jardim
A transição do carlismo na Bahia começará, nos próximos dias, pelo processo de sucessão na TV Bahia. Por uma razão obrigatória. A retransmissora da Globo no estado tem como seu principal executivo Antônio Carlos Magalhães Júnior. O filho de ACM ocupará em breve a vaga que era de seu pai no Senado. Conseqüentemente, precisará deixar a direção da empresa. E é justamente nas mudanças na estrutura da TV Bahia que começam os problemas.

A TV Bahia é dividida hoje em três partes: um terço pertence a ACM Júnior e seu filho ACM Neto, outro terço aos três filhos de Luís Eduardo Magalhães e o restante a Cesar da Mata Pires, dono da Construtora OAS. Os três grupos têm um acordo como controladores, mas não como sócios. Na estrutura decorrente da saída de ACM Júnior, um novo acordo societário será obrigatório.

Na prática, isso significa que o deputado ACM Neto - um dos quadros de maior futuro entre os Democratas - terá como sócio direto um empreiteiro alvo de um grande número de denúncias.

ACM Neto tem dito a amigos que esse acordo pode representar um fator simbólico devastador para o futuro de seu grupo político.

Por outro lado, os herdeiros de Luís Eduardo Magalhães querem profissionalizar a TV Bahia. A repetidora da Globo é conhecida como uma das que mais sofrem influências da política regional. Desafetos ou adversários políticos de ACM só apareciam sob alvo de críticas ou, então, eram solenemente ignorados pelos noticiários - o que, não raro, criava atritos com a própria direção de jornalismo da Globo, sobretudo em tempos de campanha eleitoral.

Essa profissionalização, porém, está longe de interessar aos outros demais sócios, que sequer cogitam reduzir seu poder de mando no canal de TV mais importante do quarto colégio eleitoral do país.

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