por Cláudio Humberto
Um samba (raro) e premonitório no Rio.
Para o poeta americano Ezra Pound (1885-1972), “os artistas são as antenas da raça”, pela capacidade de captar o que ainda não é vísivel aos olhos de um povo.
Cantado por Wilson das Neves, o samba “antenado” circula na internet, como uma premonição do que acontece hoje no Rio de Janeiro (ouça aqui). O CD virou raridade. A letra de “O dia em que o morro descer” é de Paulo César Pinheiro, um dos grandes poetas da Música Popular Brasileira, e foi escrita há 20 anos.
A “guerra civil” de que trata o samba, já falava em “escopeta, metralhadora e fuzil”, e “cada ala da escola será uma quadrilha, a evolução vai ser de guerrilha”. Antecipa que “se o morro descer e não for Carnaval, o povo virá de cortiço, alagado e favela, mostrando a miséria sobre a passarela sem a fantasia que sai no jornal”. Arremata com “não tem órgão oficial, nem governo, nem liga, nem autoridade que compre essa briga”.
As autoridades e políticos não gostam de samba, poeta. São ruins da cabeça e “doentes” por votos.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
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