quarta-feira, 20 de junho de 2007
de Fernando Rodrigues
Sarney manobra para livrar Renan no Senado e enviar caso para STF
O senador José Sarney (PMDB-AP) está manobrando fortemente para que o caso envolvendo seu aliado Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa, saia do âmbito do Congresso e seja integralmente remetido para o STF (Supremo Tribunal Federal). Dessa forma, caberia aos ministros da mais alta Corte de Justiça do país fazer o julgamento –e não mais aos senadores. Assim, a temperatura da crise diminuiria. Renan não estaria automaticamente salvo, mas ganharia sobrevida.
Ontem, Sarney chegou a falar do assunto de maneira genérica. Hoje, já teve uma conversa com a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). A idéia é que na reunião do Conselho de Ética logo mais à tarde a proposta seja apresentada.
Se houver aceitação, o relatório preparado pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) nem seria votado. Haveria apenas uma votação para remeter todo o processo para o STF.
O argumento de Sarney é o de que Renan está sendo acusado de cometer crimes –por exemplo, de ter recebido de dinheiro ilícito, uma vez que pairam suspeitas sobre se o presidente do Senado fez fortuna apenas vendendo gado. Nesse caso, pensa Sarney, o Senado estaria extrapolando suas atribuições de verificar se houve quebra de decoro. “Quem julga senadores por crimes eventualmente cometidos é o Supremo”, diz Sarney.
Trata-se, por óbvio, de uma argumentação com algumas fragilidades. Quando um crime é cometido também ocorre a quebra de decoro. Ideli Salvatti ouviu a proposta de Sarney. Sugeriu a ele que defenda publicamente essa tese no Conselho de Ética. O senador refugou. Se a estratégia for levada a cabo, a tarefa terá de ficar com o atual relator do caso, Wellington Salgado (PMDB-MG).
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