Por Alberto Dines em 22/6/2007
A Mídia a Reboque do Caos Já foi chamado de apagão aéreo, depois passou ao nível de caos aéreo e, na quinta-feira (21/6), os telejornais apresentaram a situação nos aeroportos como calamitosa. Quando se trata de dramatizações nossa mídia é perfeita, o mesmo não acontece quando é chamada para explicar, analisar, buscar referências. O que está acontecendo hoje em nossos aeroportos teve o seu início formal na tragédia aérea com o Boeing da Gol. Mas a crise começou verdadeiramente um pouco antes, quando o governo recusou uma intervenção para salvar a Varig. O ministro Guido Mantega, a ministra Dilma Roussef e o ministro Waldir Pires declararam em uníssono: o vácuo deixado pela Varig seria preenchido "pelo mercado". Enganaram-se redondamente: a prova está sendo exibida há nove meses consecutivos. O tal do "mercado" não teve condições de tapar o buraco deixado pela Varig. Com receio de parecerem estatistas, os ministros preferiram a fórmula privatista quando até na matriz da iniciativa privada, os Estados Unidos, o Estado não abdica do seu papel para enfrentar emergências. É claro que faltam controladores de vôo e falta equipamento. Mas faltam, sobretudo, aviões; falta gerenciamento competente e falta pelo menos mais uma grande empresa aérea na competição. A mídia brasileira aposta sempre no mercado e perde quase sempre. O governo foi na onda e também perdeu. Mas quem paga a conta é a sociedade que sequer pode seguir os conselhos da ministra Marta Suplicy.
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