sexta-feira, 22 de junho de 2007

Caiu a Ficha!

por Cristiana Lobo,
O senador Renan Calheiros cometeu um grave erro de avaliação: ele imaginou que poderia contar com todos os amigos que tem no Senado e, assim, se livrar de um processo sem qualquer risco. E, assim, ele avalizou a indicação de vários senadores suplentes ou sem muita expressão para o Conselho de Ética e, ainda, as escolhas de Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e Wellinton Salgado (PMDB-MG) como dois relatores do processo - com seus pareceres feitos a toque de caixa.
Ele só não contava com a pressão da opinião pública e da presença da mídia em investigações. E, aí, a estratégia foi por água abaixo e tudo terá de ser recomeçado do zero - com novo relator (ou uma trinca de relatores) e novas investigações. Se ele tiver sorte e conseguir convencer, pode escapar.
Junto com as manifestações de eleitores - senadores contam que nunca receberam tantos e-mails como agora, cobrando punição a Renan Calheiros, os senadores perceberam que as sessões do Conselho de Ética estavam sem o menor comando, sem regras de funcionamento e isso passava a idéia de completa balbúrdia.
Para uns, até, de deboche ou uma mera encenação para livrar Renan do processo.A rapidez como Cafeteira preparou seu parecer e o curto tempo em que Salgado permaneceu como segundo relator do processo, além da forma como se apresentaram, ou a veemência - ou quase estridência de Almeida Lima ao inquirir o advogado de Mônica Veloso no Conselho de Ética - são exemplos de situações que provocaram desgaste ao Conselho.
Agora, tudo mudou. Renan já não tem mais tanta pressa em encerrar o processo. Já não se busca mais um relator que tenha a cara de defensor de Renan - fala-se numa trinca de senadores (um tucano, Marcone Perillo; um do PMDB de Renan, Leomar Quintanilh, e um da base Renato Casagrande (PSB), podem formar o grupo de relatores).
O grupo de Renan percebeu que a opinião pública não aceita um relatório que se assemelhe a uma ação entre amigos, sem qualquer investigação. Tem de ser algo que passe um mínimo de seriedade. Para que o conjunto do Senado possa com ele votar.

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