Numa reunião na última quarta-feira no Palácio do Planalto, Lula desenrolou um novelo complicado: o caso da Ceará Steel, uma história que mistura como poucas pesados interesses políticos e econômicos. Na terça-feira, ele anunciará em Fortaleza que a Petrobras vai fornecer o gás natural que viabilizará a siderúrgica cearense.
O projeto estava emperrado há anos. A Petrobras alegava que não poderia fornecer o gás a preços subsidiados, pois assim teria prejuízo. Esse preço foi fixado num memorando de entendimento assinado em 1996. Os prejuízos eram estimados em 700 milhões de dólares anuais pela estatal.
Lobbys atuavam com força total na disputa. As outras siderúrgicas, representadas pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia, faziam pressão contra o projeto. Ameaçavam ir ao Cade. Para elas, o subsídio era nocivo à concorrência: o preço do gás a ser fornecido pela Petrobras para a usina era inferior aos valores vigentes no mercado.
Do outro lado, estava Ciro Gomes e o seu grupo político. Cid Gomes (irmão de Ciro) foi eleito tendo a instalação da siderúrgica como uma de suas promessas de campanha. Ciro recebera a garantia de Lula de que a Ceará Steel viraria realidade. Mas nada andava.
De público a Petrobras não se cansava de repetir: não forneceria o gás. Neste meio tempo, Ciro chegou a atacar José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, e os técnicos da estatal. Gabrielli teve que se curvar aos interesses políticos do governo. No mês passado, por exemplo, ele disse que a Petrobras não tinha interesse em apoiar a siderúrgica.
jornalleco: quem arcará com a diferença do custo do gás? o contribuinte? os acionistas?
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